domingo, 3 de janeiro de 2010

Epifania

No Brasil hoje se celebra a festa da Epifania. Trata-se da manifestação de Jesus como filho de Deus, com esta festa se aproxima a conclusão das oitavas de natal que será celebrada com o Batismo do Senhor após a festa da Epifania. Na Itália esta festa é conhecida como festa da "Befana", ou seja, um conto folclórico na qual uma velha voa com sua vassoura (bruxa) em modo a visitar os lares onde tem crianças e ali deixa um saquinho com bombons para as crianças boas e, carvão para as crianças que se comportaram mal durante o ano que passou!!! Um conto interessante e recordado ainda hoje em toda a Itália, fazendo analogia a festa da Epifania na qual os reis magos vão adorar o menino Deus e lhes apresentam, segundo a tradição popular, os presentes: ouro, incenso e mirra! Esta festa é marcada pela profunda alegria dos reis magos ao ver o menino Deus e oferecerem seus presentes. Creio que também para nós é motivo de adoração e contemplação deste evento que marcou a certeza de que o Verbo se faz carne realmente e veio habitar em meio a nós!

A este propósito maravilhoso colhi dos santos testos patrísticos que a Igreja conserva as palavras de Santo Afonso Maria de Ligório (1696-1787), bispo, Doutor da Igreja e Fundador da Ordem dos Redentoristas (trecho das Meditações para a oitava da Epifania, n°1 a partir da trad. Noël, Eds. Saint-Paul 1993).

Os magos encontram uma pobre jovem com uma pobre criança coberta de pobres faixas [...] mas, ao entrarem naquela gruta, sentem uma alegria que nunca tinham experimentado. [...] A divina Criança demonstra alegria: sinal da satisfação afectuosa com que os acolhe, como primeiras conquistas da Sua obra redentora. Os santos reis olham em seguida para Maria, que não fala; mantém-se em silêncio, mas o seu rosto reflecte a alegria e respira uma doçura celeste, prova de que lhes presta bom acolhimento e lhes agradece por serem os primeiros a vir reconhecer o seu Filho naquilo que Ele é: o seu Mestre soberano. [...]

Criança digna de amor, vejo-Te nessa gruta, deitado na palha, pobre e desprezado; mas a fé ensina-me que Tu és o meu Deus, descido do céu para minha salvação. Reconheço-Te como meu Senhor soberano e meu Salvador; proclamo-Te como tal, mas nada tenho para Te oferecer. Não tenho o ouro do amor, porque amei as coisas deste mundo; amei apenas os meus caprichos em vez de Te amar a Ti, que és infinitamente digno de amor. Não tenho o incenso da oração, pois infelizmente vivi sem pensar em Ti. Não tenho a mirra da mortificação, porque, por não me ter abstido de miseráveis prazeres, tantas vezes contristei a Tua infinita bondade. Que Te oferecerei então? Meu Jesus, ofereço-Te o meu coração, manchado e despojado: aceita-o e transforma-o, uma vez que vieste cá abaixo para lavar com o Teu sangue os nossos corações culpados e transformar-nos assim de pecadores em santos. Dá-me, pois, esse ouro, esse incenso, essa mirra que me faltam. Dá-me o ouro do Teu santo amor; dá-me o incenso, o espírito de oração; dá-me a mirra, o desejo e a força de me mortificar em tudo o que te desagrada. [...]

Virgem santa, tu acolheste os piedosos reis magos com uma viva afeição e eles ficaram cheios de felicidade; digna-te também acolher-me e consolar-me, a mim que venho, seguindo o seu exemplo, visitar e oferecer-me ao teu Filho.

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